terça-feira, 9 de junho de 2009

Assunto Importante: TDAH

Temos este ano no nosso cólégio a presença de 2 alunos diagnosticados como TDAH e procuramos pesquisar e nos informar sobre como atender essas crianças, como lidar com eles e como colaborar para que sua aprendizagem flua tranquilamente assim como o trabalho dos professores e outros profissionais envolvidos.


Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico[1], inicialmente relacionado a uma lesão cerebral mínima. Nos anos 1960, devido à dificuldade de comprovação da lesão, sua definição adquiriu uma perspectiva mais funcional, caracterizando-se como uma síndrome de conduta, tendo como sintoma primordial a atividade motora excessiva e o déficit de atenção(no entanto existe também o Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade). O transtorno nasce com o indivíduo e já aparece na primeira infância, quase sempre acompanhando o indivíduo por toda a sua vida.
Características
O transtorno se caracteriza por sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade, mesmo quando o paciente tenta não mostrá-lo. Existem vários graus de manifestação do TDAH, os mais caracterizados são tratados com medicamentos, como o cloridrato de metilfenidato (Ritalina ou Concerta em sua versão comercial), Bupropiona, Modafinil e Antidepressivos Tricíclicos como a Imipramina. Recebe às vezes o nome DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) ou SDA (Síndrome do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, as iniciais de Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD.)
Na década de 1980, a partir de novas investigações, passou-se a ressaltar aspectos cognitivos da definição de síndrome, principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta de controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora excessiva é resultado do alcance reduzido da atenção da criança e da mudança contínua de objetivos e metas a que é submetida. É um transtorno reconhecido pela OMS(Organização Mundial da Saúde), tendo inclusive em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos que têm este transtorno ou distúrbios quanto aos seus familiares. Há muita controvérsia sobre o assunto. Há especialistas que defendem o uso de medicamentos e outros que, por tratar-se de um Transtorno Social, o indivíduo deve aprender a lidar com ele sem a utilização de medicamentos[1].
Segundo Rohde e Benczick o TDAH é um problema de saúde mental que tem como características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais, de relacionamento, bem como a baixo desempenho escolar; podendo ser acompanhado de outros problemas de saúde mental. Os autores Rohde e Benczich, caracterizam o TDAH em dois grupos de sintomas.

A imagem da esquerda ilustra áreas de atividade cerebral de uma pessoa sem TDAH e a imagem da direita de uma pessoa com TDAH. Há certa controvérsia sobre o estudo do Dr. Alan Zametkin que produziu estas imagens, pois as crianças que fizeram parte do estudo tinham maioritariamente disfunções severas.
Sintomas relacionados à desatenção
§ Não prestar atenção a detalhes;
§ ter dificuldade para concentrar-se;
§ não prestar atenção ao que lhe é dito;
§ ter dificuldade em seguir regras e instruções;
§ desvia a atenção com outras atividades;
§ não terminar o que começa;
§ ser desorganizado;
§ evitar atividades que exijam um esforço mental continuado;
§ perder coisas importantes;
§ distrair-se facilmente com coisas alheias ao que está fazendo;
§ esquecer compromissos e tarefas;
§ problemas financeiros;
§ tarefas complexas se tornam entediantes e ficam esquecidas;
§ dificuldade em fazer planejamento de curto ou de longo prazo.

Os sintomas relacionados à hiperatividade/impulsividade
§ ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado;
§ não permanecer sentado por muito tempo;
§ pular, correr excessivamente em situações inadequadas;
§ sensação interna de inquietude;
§ ser barulhento em atividades lúdicas;
§ ser muito agitado;
§ falar em demasia;
§ responder às perguntas antes de concluídas;
§ ter dificuldade de esperar sua vez;
§ intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.
Para se diagnosticar um caso de TDAH é necessário que o indivíduo em questão apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade; além disso os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um período superior a seis meses.
Causas
As pesquisas têm apresentado como possíveis causas de TDAH a hereditariedade, problemas durante a gravidez ou no parto, exposição a determinadas substâncias (chumbo) ou problemas familiares como: um funcionamento familiar caótico, alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução, famílias com baixo nível socio-econômico, ou famílias com apenas um dos pais. Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças. Segundo Goldstein, alguns fatores podem propiciar o aparecimento do TDAH quando em condições favoráveis, por isso as causas do TDAH são de uma vulnerabilidade herdada ao transtorno que vai se manifestar de acordo com a presença de desencadeadores ambientais. A ansiedade, frustração, depressão ou criação imprópria podem levar ao comportamento hiperativo.
Quem pode diagnosticar TDAH
O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, realizado por profissional que conheça profundamente o assunto, que necessariamente deve descartar outras doenças e transtornos, para então indicar o melhor tratamento . O termo hiperatividade tem sido popularizado e muitas crianças rotuladas erroneamente. É preciso cuidado ao se caracterizar uma criança como portadora de TDAH. Somente um médico (preferencialmente psiquiatra) ou psicólogo especializado podem confirmar a suspeita de outros profissionais de áreas afins, como fonoaudiólogos, educadores ou psicopedagogos, que devem encaminhar a criança para o devido diagnóstico. Existem testes e questionários, como o site da psicóloga Cleide Heloisa Partel, especialista em TDAH, que auxiliam o diagnóstico clínico .Hoje já se sabe que a área do cérebro envolvida nesse processo é a região orbital frontal (parte da frente do cérebro) responsável pela inibição do comportamento, pela atenção sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento para o futuro. Entretanto, é importante frisar que o cérebro deve ser visto como um órgão cujas partes apresentam grande interligação, fazendo com que outras áreas que possuam conexão com a região frontal possam não estar funcionando adequadamente, levando aos sintomas semelhantes aos de TDAH. Os neurotransmissores que parecem estar deficitários em quantidade ou funcionamento, em indivíduos com TDAH, são basicamente a dopamina e a noradrenalina, que precisam ser estimuladas através de medicações.
Algumas pessoas precisam tomar estimulantes como forma de minorar os sintomas de déficit de atenção/hiperatividade, entretanto nem todas respondem positivamente ao tratamento. É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.
O uso de medicamentos

O tratamento baseia-se em medicação se necessário e acompanhamento psicológico, fonoaudiológico ou psicopedagógico. É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Mais de 80% dos portadores de TDAH beneficiam-se com o uso de medicamento . Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.
Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças, o que pode ser denomiado de Hiperatividade de fundo social, diferente de TDAH.
§ Nota: Alguns autores usam a terminologia Desordem em lugar de Transtorno, portanto DDAH em lugar de TDAH.
Referências
1. ↑ 1,0 1,1 1,2 TDAH:Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento. Portal Banco de Saúde. 2009. TDAH Guia Completo
2. TDAH: Questionários e escalas. Associacao Brasileira do Déficit de Atenção. ABDA
Ver também
§ Alicia Fernández
§ Deficiência
§ Dificuldades de aprendizagem
§ Discalculia
§ Dislalia
§ Dislexia
§ Disortografia
§ Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade
§ Educação inclusiva
§ Fonoaudiologia
§ Inibição cognitiva
§ Modalidades de aprendizagem
§ Necessidades educativas especiais
§ Psicopedagogia
Ligações externas
§ Associacao Brasileira do Déficit de Atenção - ABDA Visitado em 26/02/2009
§ universoTDAH - Cleide Heloisa Partel Visitado em 26/02/2009
§ Sei.Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem Visitado em 26/02/2009
§ Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade Visitado em 26/02/2009
§ Transtornos de Défict de Atenção com Hiperatividade Visitado em 26/02/2009
§ O que é a PHDA no adulto? Visitado em 26/02/2009
§ Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade Visitado em 26/02/2009
§ Hiperactividade: Causas e Tratamentos Visitado em 26/02/2009
§ TDAH: quando não compreendido, um transtorno Visitado em 26/02/2009
§ O que é TDAH - Déficit de Atenção? Visitado em 26/02/2009

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